quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Bukele, Lula e o duelo de narrativas na ONU

 A Assembleia Geral da ONU, que se pretende o palco máximo do “consenso global”, mostrou neste ano algo mais profundo do que simples discursos protocolares: um choque de paradigmas. De um lado, Nayib Bukele, presidente de El Salvador, transformou sua fala em um manifesto de resultados, soberania e segurança. Do outro, Luiz Inácio Lula da Silva repetiu o script do progressismo internacional, repleto de promessas, diagnósticos e retórica moralizante.


Discurso de Nayb Bukele na Asembléia Geral da ONU - 2025 (DUBLADO)


Bukele e Bolsonaro: semelhanças de espírito

O estilo de Bukele lembra em muitos pontos o de Jair Bolsonaro: linguagem direta, enfrentamento às agendas globais, ênfase em valores tradicionais como Deus, pátria e família, e uma crítica aberta ao establishment internacional. Ambos desafiaram a cartilha “politicamente correta” de fóruns multilaterais e preferiram falar de soberania, segurança e defesa do cidadão comum.

A diferença está no terreno dos resultados. Bolsonaro foi implacável contra a corrupção e expôs vícios do sistema político brasileiro, mas foi bloqueado por instituições e adversários que neutralizaram grande parte de sua agenda. Bukele, por sua vez, conseguiu implementar medidas duríssimas que transformaram El Salvador no país mais seguro do hemisfério ocidental.


Lula: a falácia do discurso sem entrega

O discurso de Lula na ONU foi o de sempre: críticas às desigualdades globais, defesa do multilateralismo, promessas de cooperação climática e sociais. Tudo embalado em um tom professoral que encanta diplomatas, mas não convence populações que vivem o drama da insegurança, da violência e da falta de perspectivas.

Enquanto Bukele fala de vidas salvas e ruas devolvidas ao povo, Lula fala de narrativas, fóruns e compromissos internacionais cuja aplicação prática é mínima ou inexistente. Trata-se de uma falácia repetida: prometer que a “agenda global progressista” resolverá os problemas do mundo quando, na prática, ela cria entraves, burocracia e retrocessos.


A agenda progressista global: equivocada e destrutiva

Não se trata apenas de um erro inocente de prioridades. A agenda progressista global que domina organismos internacionais e setores da esquerda é nociva e destrutiva porque:

·         Despreza a soberania nacional, impondo soluções padronizadas que ignoram a realidade de cada povo.

·         Abandona o cidadão comum, substituindo preocupações práticas de segurança e bem-estar por debates ideológicos estéreis.

·         Alimenta elites políticas e burocráticas, enquanto cria dependência e fragilidade nos países em desenvolvimento.

·         Desacredita valores fundamentais como família, fé, propriedade privada e liberdade de expressão, em nome de um universalismo que, na prática, corrói as bases da sociedade.

O resultado é claro: países que seguem essa cartilha permanecem estagnados, inseguros e dependentes. Já aqueles que ousam romper com esse modelo, como El Salvador, sob Bukele, apresentam resultados que nenhum relatório da ONU consegue apagar.


Conclusão: entre a falácia e a eficácia

O contraste é brutal. Lula, aplaudido por burocratas, não apresentou nada além de falas previsíveis e teses repetitivas. Bukele, criticado por progressistas, apresentou resultados concretos: redução da criminalidade, crescimento do turismo e esperança renovada em seu povo.

A semelhança entre Bukele e Bolsonaro está na coragem de enfrentar um establishment hostil.

A lição é inequívoca: o mundo não precisa de mais retórica progressista, que é ineficaz, equivocada e destrutiva. Precisa de líderes capazes de entregar resultados concretos, defender soberania e resgatar valores que sustentam qualquer civilização. O exemplo de El Salvador é um sinal de que esse caminho não só é possível, como é o único capaz de devolver esperança real às nações.


quarta-feira, 24 de setembro de 2025

As Consequências da Política de Alinhamento do Brasil com Regimes Autoritários

A política externa de um país é reflexo direto da visão de mundo e do caráter de seus governantes. No caso do Brasil, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, fica cada vez mais evidente uma preferência por alianças que extrapolam o pragmatismo diplomático e revelam afinidade com regimes autoritários e hostis ao modelo democrático ocidental. Esse posicionamento tem consequências sérias não apenas no plano internacional, mas também no ambiente político e institucional interno.



1. Afinidade ou Pragmatismo?

É verdade que toda nação precisa dialogar com diferentes atores globais, mesmo aqueles que divergem em valores e princípios. Contudo, há uma diferença clara entre manter relações diplomáticas e abraçar regimes que atacam frontalmente a liberdade, a democracia e os direitos fundamentais.

As reiteradas manifestações de proximidade entre Lula e líderes como Fidel Castro, Hugo Chávez, Ahmadinejad, Ortega e Assad, muitas vezes acompanhadas de elogios e gestos de amizade, ultrapassam os limites do pragmatismo e deixam transparecer um alinhamento ideológico. Isso compromete a credibilidade do Brasil como uma democracia estável e confiável.

 

2. Impactos nas Relações com os Estados Unidos

Os EUA, mesmo com seus problemas e contradições, representam hoje a maior potência do Ocidente e são defensores declarados de liberdades fundamentais, combate ao terrorismo e ao narcotráfico internacional.

Ao se aproximar de regimes que abertamente se colocam contra o Ocidente, o Brasil envia mensagens ambíguas:

·         Desconfiança diplomática: os EUA passam a ver o Brasil como um parceiro pouco confiável, capaz de oscilar entre o campo democrático e o autoritário.

·         Isolamento em agendas estratégicas: em questões como segurança regional, combate ao narcotráfico e ao terrorismo, o Brasil deixa de ser protagonista e assume um papel secundário ou omisso.

·         Perda de influência econômica: investidores internacionais, especialmente norte-americanos, interpretam essa postura como instabilidade política, reduzindo a confiança no Brasil como destino seguro de capital.

 

3. Reflexos Internos: Judiciário e Governo

A afinidade com regimes que relativizam a democracia não se limita ao campo da política externa. No plano interno, cria-se um ambiente fértil para práticas que fragilizam instituições e valores democráticos.

Nos últimos anos, observa-se um judiciário ativista, que ultrapassa suas funções constitucionais e atua de forma política, restringindo liberdades, perseguindo opositores e aplicando censura. Esse comportamento encontra no atual governo apoio tácito, uma vez que a narrativa é semelhante à dos regimes autoritários com os quais o Brasil busca se alinhar: concentrar poder, controlar discursos e relativizar garantias fundamentais.

 

4. Omissão no Combate ao Terrorismo e Narcotráfico

Outro reflexo grave dessa postura é a falta de firmeza em declarar organizações criminosas como grupos terroristas. Facções brasileiras, que hoje têm atuação internacional, não são tratadas com a devida gravidade, enquanto países vizinhos e parceiros estratégicos dos EUA reforçam sua cooperação no combate ao crime organizado.

Essa omissão:

·         Enfraquece a posição do Brasil no combate global ao terrorismo e narcotráfico.

·         Passa a imagem de um país leniente com o crime organizado, justamente em uma região marcada pelo crescimento de cartéis e facções transnacionais.

·         Afasta o Brasil da cooperação efetiva com os EUA e outras democracias que têm investido pesado nessa luta.

 

5. As Consequências para o Brasil

As escolhas de Lula têm repercussões de longo prazo, mas também efeitos imediatos de curto prazo, principalmente nas relações com os Estados Unidos:

·         Lei Magnitsky: cidadãos, políticos e empresários brasileiros podem ser alvo de sanções pessoais impostas pelos EUA, incluindo congelamento de ativos e restrições de visto, caso sejam interpretados como cúmplices de corrupção ou violações de direitos humanos.

·         Seção 301 do Trade Act: usada pelos EUA para retaliar práticas consideradas desleais ou hostis ao comércio internacional, podendo resultar em tarifas, barreiras comerciais e restrições ao acesso de produtos brasileiros ao mercado norte-americano.

·         Isolamento diplomático: o Brasil perde espaço nas discussões multilaterais e pode ver sua participação em fóruns internacionais esvaziada.

·         Risco econômico: investidores estrangeiros, atentos às sanções e ao afastamento dos EUA, passam a ver o Brasil como um país de risco, aumentando a fuga de capitais e a desvalorização cambial.

·         Erosão interna da democracia: o exemplo de aproximação com regimes autoritários reforça práticas semelhantes dentro do país, corroendo a confiança nas instituições nacionais.

 

Conclusão

A diplomacia de Lula não pode ser reduzida a “pragmatismo”. Quando se abraça e legitima ditadores, quando se omite diante do terrorismo e do narcotráfico, e quando se relativizam princípios democráticos no plano interno, o que se vê é uma escolha consciente de alinhamento.

Essa escolha tem custos concretos e imediatos: expõe o Brasil a sanções, fragiliza sua posição internacional, afasta investidores, compromete sua relação com os EUA e abre espaço para práticas autoritárias dentro do país.

Se o Brasil deseja ser protagonista global, precisa se colocar ao lado da liberdade, da democracia e da cooperação no combate ao terrorismo e ao crime organizado. Do contrário, corre o risco de se isolar e pagar um preço alto por alianças que não trazem estabilidade, mas sim destruição.

terça-feira, 23 de setembro de 2025

Brasil, emergente ou miragem?

A ilusão criada pelo capital estrangeiro

Nos últimos meses, muito se fala sobre a força do real e a atratividade do Brasil para o investidor internacional. O noticiário destaca a entrada de capital estrangeiro, a valorização da bolsa e até a queda do dólar frente à moeda brasileira. À primeira vista, pareceria que o Brasil finalmente estaria colhendo os frutos de uma economia sólida e de fundamentos confiáveis. Mas essa visão é, em grande parte, uma ilusão de ótica financeira.

O que realmente atrai o investidor estrangeiro não é a confiança em reformas estruturais. Não é um plano econômico de longo prazo. Nem mesmo um ambiente político estável. O que atrai o investidor internacional é um fator simples: a taxa de juros brasileira, a Selic, em patamar elevado.

Enquanto os Estados Unidos reduzem os rendimentos de seus títulos e a Europa mantém juros baixos, o Brasil segue oferecendo prêmios muito acima da média mundial. Em outras palavras, o estrangeiro enxerga aqui uma chance de ganhar dinheiro rápido, com baixo esforço, apenas estacionando recursos em títulos públicos e aproveitando o diferencial de juros.

A narrativa de que o Brasil é um “mercado emergente promissor” se apoia no movimento artificial do câmbio e da bolsa. Quando entram dólares, o real se valoriza, os títulos públicos se tornam ainda mais atrativos e parte desses recursos transborda para a bolsa.

Mas essa dinâmica não traduz a realidade do país.

·         A política continua instável e polarizada.

·         O crescimento econômico é baixo e irregular.

·         O ambiente regulatório muda ao sabor de disputas de poder.

·         A dívida pública segue alta e crescente.

Tudo isso mostra que o capital estrangeiro não está aqui porque acredita no futuro do Brasil. Está aqui porque o Brasil paga mais, ponto final.

Esse tipo de entrada de capital não é investimento produtivo. Não gera empregos de qualidade, não amplia a capacidade industrial, não melhora a infraestrutura. É dinheiro especulativo, que pode sair na mesma velocidade em que entrou. Basta o Federal Reserve (Fed) elevar juros novamente ou surgir uma crise política doméstica mais aguda para esse fluxo se inverter.

Quando isso acontece, o real se desvaloriza, a inflação pressiona e o Brasil se vê, mais uma vez, exposto à fragilidade de depender de capitais de curto prazo.

Portanto, associar a atual valorização do real ou a alta da bolsa a uma suposta “ascensão brasileira” é ignorar a essência da questão. O Brasil não é hoje um emergente que inspira confiança por seus fundamentos. É, na prática, um país em crise estrutural, com um alívio momentâneo proporcionado pela Selic alta e pela busca internacional por retornos fáceis.

Enquanto não houver reformas sérias, responsabilidade fiscal e estabilidade política duradoura, o Brasil continuará sendo visto pelo investidor global como um atalho para ganhos rápidos, e não como uma oportunidade de longo prazo.

O rótulo de “emergente promissor” que se tenta colar no Brasil nada mais é do que uma miragem criada pela força temporária dos fluxos financeiros. A realidade político-econômica segue mostrando um país em crise, cuja atratividade vem não da confiança, mas do custo do dinheiro.

segunda-feira, 22 de setembro de 2025

A Camuflagem Nacionalista da Esquerda Comunista

 A capacidade de metamorfosear da Esquerda Comunista é, de fato, admirável. Ao longo de toda sua existência, seja no Brasil ou fora dele, jamais foi um traço característico seu o nacionalismo ou o apreço pelos símbolos nacionais. Pelo contrário, sua trajetória histórica é marcada pelo desprezo ao patriotismo, pela ridicularização da bandeira nacional e pela constante promoção de uma luta que coloca a ideologia acima da pátria.

Durante décadas, o discurso foi claro: a bandeira vermelha da ditadura proletária sobrepõe-se a qualquer emblema nacional. O comunismo sempre se apresentou como um projeto supranacional, contrário à ideia de soberania e de identidade patriótica. A pátria, para eles, era um obstáculo a ser dissolvido no internacionalismo revolucionário.

No entanto, os tempos mudaram. O crescimento de uma massa popular que desperta para a verdadeira face da Esquerda Comunista, resgatando a essência patriótica de um povo que genuinamente ama sua nação e seus símbolos, forçou uma mudança estratégica. Diante desse avanço, a Esquerda recorreu àquilo que melhor sabe fazer: disfarçar-se.

Inspirados na lógica de “A Arte da Guerra” de Sun Tzu, assumem agora uma máscara de falso patriotismo. Um nacionalismo de ocasião, um amor de fachada pela pátria, um fingido apreço pela bandeira e pelo hino. Tudo cuidadosamente calculado, não para defender o Brasil, mas para não perder espaço político diante da crescente onda conservadora que resgata valores nacionais.

Esse fingimento não engana os mais atentos. A contradição é gritante: os mesmos que por décadas declararam orgulho em dizer “sou comunista com muito orgulho, vermelho é minha cor”, agora ensaiam discursos patrióticos que jamais corresponderam à sua prática.

O que se vê é apenas uma casca. Um verniz nacionalista que não resiste à primeira contradição interna, porque no fundo o objetivo permanece o mesmo: o projeto de poder comunista.

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Flávio Dino e o Escândalo dos Respiradores Fantasmas do Consórcio Nordeste

A pandemia de Covid-19 revelou não apenas fragilidades no sistema de saúde, mas também abriu espaço para um dos maiores escândalos de corrupção dos últimos anos: a compra de respiradores fantasmas pelo Consórcio Nordeste. No centro das denúncias está o governo do Maranhão, então comandado por Flávio Dino (PSB), hoje ministro do Supremo Tribunal Federal.


O Consórcio Nordeste e a compra bilionária

Criado em 2019 para unir forças administrativas entre os nove estados da região, o Consórcio Nordeste ficou responsável por centralizar a compra de equipamentos hospitalares durante a pandemia. Em 2020, anunciou a aquisição de 300 respiradores ao custo de R$ 48 milhões.

A nota de empenho assinada por Carlos Gabas, ex-ministro e secretário-executivo do consórcio, registrava que os equipamentos já haviam sido entregues em “perfeitas condições”. Contudo, nenhum respirador foi recebido.


O papel de Flávio Dino

O Maranhão, sob o comando de Dino, destinou R$ 4,9 milhões para a compra de 30 aparelhos que jamais chegaram ao estado.

  • O então secretário de Saúde, Carlos Lula, ex-advogado eleitoral de Dino, foi o responsável direto pelas transferências.
  • Investigações apontam que o governo maranhense pagou até R$ 200 mil por unidade, quando o preço médio nacional era de R$ 87 mil.
  • Relatórios de auditoria indicaram superfaturamento e recomendaram Tomada de Contas Especial no TCE-MA.

Apesar das evidências, o processo ficou emperrado após tentativas da própria Secretaria de Saúde de afastar a auditora responsável e impor sigilo sobre o caso.


As empresas e a fraude

O dinheiro foi parar em empresas sem experiência no setor:

  • Hempcare: com apenas dois funcionários, recebeu R$ 48,7 milhões.
  • Biogeoenergy: do empresário Paulo de Tarso, recebeu R$ 24 milhões para produzir respiradores em uma fábrica inexistente em Araraquara (SP).

Paulo de Tarso, atualmente em processo de delação premiada, admitiu ter recebido propina.


A blindagem institucional

Outro ponto polêmico foi a atuação do Ministério Público do Maranhão, que arquivou representações apresentadas por deputados estaduais da oposição. O procurador-geral Eduardo Nicolau seguiu parecer do promotor Danilo José de Castro Ferreira, alegando ausência de crime ou improbidade administrativa.

Essa blindagem contribuiu para a paralisia das apurações, apesar de recomendações da CGU e de auditores do TCE-MA.


O legado do escândalo

O caso dos respiradores fantasmas ainda tramita em instâncias como o STJ e na Polícia Federal, que já realizou operações como a Cianose, cumprindo mandados de busca e apreensão em diversos estados. No entanto, nenhum centavo dos R$ 4,9 milhões pagos pelo Maranhão foi devolvido.

Enquanto Flávio Dino segue carreira política e judicial, permanecem sem respostas as perguntas centrais:

  • Quem autorizou o pagamento antecipado sem garantias?
  • Por que o governo maranhense resistiu a dar transparência às operações?
  • Quem se beneficiou dos milhões desviados em plena crise sanitária?

Flávio Dino e a Farsa da “Reputação Ilibada” no STF

A chegada de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal é o retrato mais claro da falência do critério constitucional de “reputação ilibada”. O dispositivo, que deveria proteger a mais alta Corte do país de ser transformada em balcão de negócios políticos, virou apenas uma formalidade protocolar.

Se comparado a “reputação ilibada”, atender a critérios mínimos formais de idade, currículo e aprovação do Senado deveria ser pura semântica para quem ocupará uma cadeira vitalícia no tribunal responsável por julgar presidentes, ministros, senadores e até interferir diretamente no destino do país. A pergunta é simples: um nome envolvido em controvérsias éticas, citado em delações e com histórico de alinhamento político descarado, representa de fato “reputação ilibada”?

E o pior. O Senado, que deveria ser o guardião desse filtro moral, age como mera extensão do Planalto. A sabatina, que deveria ser um crivo rigoroso, virou teatro: longas falas, perguntas ensaiadas e uma aprovação já combinada nos bastidores. Não há avaliação séria de caráter, não há escrutínio ético — há apenas a ratificação de um acordo político. Mas, uma pergunta que nunca foi feita: o que torna um grupo de políticos aptos a sabatinar tecnicamente um candidato a ocupar um cargo na mais alta Corte do país?

Em países como os EUA, um indicado ao equivalente da Suprema Corte é submetido a uma devassa pública em sua vida profissional e pessoal. Em nações europeias, conselhos mistos garantem que o processo não se resuma a barganhas políticas. Já aqui no Brasil, basta a canetada de um presidente e a complacência cúmplice de senadores (incompetentes) para colocar alguém no cargo mais poderoso da Justiça.

Enquanto isso, a população é obrigada a assistir ao espetáculo farsesco em que se confirma para o STF alguém cuja independência, capacidade e conduta é, no mínimo, questionável.


Conclusão

O escândalo dos respiradores do Consórcio Nordeste escancara como a pressa e a falta de fiscalização abriram espaço para um esquema de corrupção bilionário. Flávio Dino, à frente do governo do Maranhão, não apenas autorizou o repasse de recursos como também viu sua gestão ser acusada de omitir informações, tentar impor sigilo e proteger aliados envolvidos.

O caso permanece como uma ferida aberta na memória da pandemia e um desafio à impunidade de governantes que, em vez de priorizar vidas, permitiram que interesses políticos e financeiros se sobrepusessem à emergência nacional.

 


quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Diga-me o que Pensas, Falas, Admiras e Apoias que Te Direi Quem És

O caráter de uma pessoa pode ser medido pelos seus hábitos: quem são seus heróis e ídolos, o que lê, o que ouve, o que fala, com quem conversa, as pessoas com quem convive e os lugares que frequenta. Tudo isso molda sua mente e direciona sua conduta. Negar esse princípio é ir contra a própria natureza humana. É um paradoxo afirmar que, mesmo cultivando hábitos questionáveis, isso não afeta quem você é. É impossível sustentar um bom caráter quando a psique se alimenta de práticas reprováveis ou duvidosas.

E aqui me atenho especialmente aos heróis, ídolos e às pessoas de convívio diário. Se, dentro dessa esfera, alguém manifesta pensamentos ou hábitos abomináveis, e isso não lhe causa incômodo ou constrangimento, significa que, consciente ou não, você pactua com tais práticas. Afinal, a tolerância diante do erro é, por si só, uma forma de concordância.

Esse princípio se estende também à esfera política. Não é admissível apoiar quem, de forma comprovada e reiterada, pratica a corrupção, mente como quem respira e se associa a outros tão ou mais vis, sustentando regimes atrozes. Apoiar tais figuras é fechar os olhos para a degeneração moral e, em última instância, tornar-se cúmplice dela.

Em suma, o caráter não se revela apenas no que alguém declara ser, mas sobretudo naquilo que escolhe admirar, tolerar e defender. É no reflexo dos hábitos, das companhias e dos apoios que se encontra a verdade sobre quem somos.

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

O padrão de violência contra conservadores: uma leitura histórica, política e espiritual

1. O levantamento dos fatos

Se olharmos para os últimos sete anos, a partir do atentado contra Jair Bolsonaro em 2018, vemos um fio contínuo de violência que tem como alvo políticos e líderes conservadores. A lista é extensa e impressiona pela abrangência internacional:

2018 – Brasil: Jair Bolsonaro, então candidato à presidência, esfaqueado em Juiz de Fora (MG). Sobreviveu, mas carrega sequelas até hoje.

2019 – Alemanha: Walter Lübcke, político conservador, assassinado por um extremista.

2021 – Reino Unido: David Amess, membro do Partido Conservador, morto a facadas por um terrorista ligado ao Estado Islâmico.

2022 – Japão: Shinzo Abe, ex-primeiro-ministro, baleado durante comício; morreu em decorrência dos ferimentos.

2023 – Equador: Fernando Villavicencio, candidato à presidência, símbolo anticorrupção, assassinado logo após um comício.

2023 – Espanha: Alejo Vidal-Quadras, fundador do VOX, atingido no rosto por disparo; sobreviveu.

2023 – Holanda: Thierry Baudet, líder do Fórum para a Democracia, atacado com garrafa de vidro, ficou gravemente ferido.

2024 – Eslováquia: Robert Fico, primeiro-ministro, baleado; ficou entre a vida e a morte.

2024 – EUA: Donald Trump, alvejado na orelha por atirador; em setembro, outro atentado foi evitado por sua equipe de segurança.

2025 – Colômbia: Miguel Uribe Turbay, senador conservador e líder da oposição, baleado em junho; morreu em agosto após resistir em estado crítico.

2025 – Ucrânia: Andriy Parubiy, ex-presidente do Parlamento, assassinado a tiros em Lviv.

A esses nomes de maior destaque, somam-se inúmeros outros em escalas regionais — candidatos municipais e estaduais no Brasil, lideranças comunitárias, militantes de direita em diferentes partes do mundo. O padrão é claro: quem ousa desafiar a hegemonia progressista ou comunista vira alvo preferencial da violência.

 

2. A interpretação histórica: quando a violência se torna método

Não se trata de coincidência. O discurso contra conservadores é repetido em várias partes do mundo: “fascistas”, “nazistas”, “genocidas”, “radicais”. Essa linguagem não é gratuita: ela cria o ambiente psicológico que autoriza a violência, como se o adversário não fosse apenas um oponente político, mas um inimigo da humanidade que precisa ser “extirpado” — termo usado pelo próprio Lula no passado.

Essa lógica tem raízes no pensamento revolucionário. Karl Marx foi explícito: toda a ordem existente — religião, moral, direito, economia, família, educação — deveria ser destruída para dar lugar ao socialismo e, posteriormente, ao comunismo. Ou seja, não se trata de reforma, mas de destruição total.

Quando essa mentalidade é absorvida, os graus de adesão aumentam: primeiro, simpatia; depois, engajamento; em seguida, militância ativa; até chegar ao ponto em que o opositor é visto como obstáculo a ser eliminado fisicamente. O revolucionário, nesse estágio, já não enxerga a humanidade do outro, mas apenas um “inimigo de classe” ou “agente do mal” a ser aniquilado.

 

3. A dimensão filosófico-espiritual: além da política

Aqui, entramos em um campo mais profundo. Há atos de violência que podem ser explicados por paixão, vingança ou até desequilíbrio psicológico. Mas o que dizer do regozijo diante do sangue, da comemoração diante da morte de um opositor, da indiferença fria diante do sofrimento humano?

É nesse ponto que a explicação puramente psiquiátrica se esgota. O revolucionário tomado pela mentalidade de destruição absoluta entra em uma lógica que beira — ou ultrapassa — a dimensão espiritual. Como bem apontava Olavo de Carvalho, “o comunista quer te matar”. Não por acidente, mas porque a sua adesão a uma ideologia de morte o conduz inexoravelmente a justificar, desejar ou até executar o extermínio do adversário.

Essa mentalidade é anticivilizatória. Ela não constrói: apenas destrói. Ela não debate: cala. Ela não convence: elimina. E quanto mais o discurso de ódio contra conservadores for normalizado, mais casos como os listados acima continuarão a se repetir.

 

Conclusão

Estamos diante de um padrão histórico, político e espiritual. Os conservadores, em diferentes países, estão sob ataque físico, não apenas verbal. A esquerda, ao se apropriar do discurso de demonização do adversário, abre as portas para que mentes frágeis ou radicalizadas transformem palavras em balas, facadas e sangue derramado.

A pergunta que resta é dura, mas inevitável: quantos líderes conservadores ainda precisarão ser mortos para que o mundo perceba que esse caminho leva à aniquilação do próprio conceito de sociedade civilizada?

Bukele, Lula e o duelo de narrativas na ONU

 A Assembleia Geral da ONU, que se pretende o palco máximo do “consenso global”, mostrou neste ano algo mais profundo do que simples discurs...