A política externa de um país é reflexo direto da visão de mundo e do caráter de seus governantes. No caso do Brasil, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, fica cada vez mais evidente uma preferência por alianças que extrapolam o pragmatismo diplomático e revelam afinidade com regimes autoritários e hostis ao modelo democrático ocidental. Esse posicionamento tem consequências sérias não apenas no plano internacional, mas também no ambiente político e institucional interno.
1. Afinidade ou Pragmatismo?
É verdade que toda nação precisa dialogar com diferentes atores globais, mesmo aqueles que divergem em valores e princípios. Contudo, há uma diferença clara entre manter relações diplomáticas e abraçar regimes que atacam frontalmente a liberdade, a democracia e os direitos fundamentais.
As
reiteradas manifestações de proximidade entre Lula e líderes como Fidel Castro,
Hugo Chávez, Ahmadinejad, Ortega e Assad, muitas vezes acompanhadas de elogios
e gestos de amizade, ultrapassam os limites do pragmatismo e deixam
transparecer um alinhamento ideológico. Isso compromete a credibilidade do
Brasil como uma democracia estável e confiável.
2. Impactos nas Relações com os Estados Unidos
Os EUA, mesmo com seus problemas e contradições, representam hoje a maior potência do Ocidente e são defensores declarados de liberdades fundamentais, combate ao terrorismo e ao narcotráfico internacional.
Ao se aproximar de regimes que abertamente se colocam contra o Ocidente, o Brasil envia mensagens ambíguas:
·
Desconfiança
diplomática: os EUA passam a ver o Brasil como um parceiro pouco confiável,
capaz de oscilar entre o campo democrático e o autoritário.
·
Isolamento
em agendas estratégicas: em questões como segurança regional, combate ao
narcotráfico e ao terrorismo, o Brasil deixa de ser protagonista e assume um
papel secundário ou omisso.
·
Perda de
influência econômica: investidores internacionais, especialmente
norte-americanos, interpretam essa postura como instabilidade política,
reduzindo a confiança no Brasil como destino seguro de capital.
3. Reflexos Internos: Judiciário e Governo
A afinidade com regimes que relativizam a democracia não se limita ao campo da política externa. No plano interno, cria-se um ambiente fértil para práticas que fragilizam instituições e valores democráticos.
Nos últimos
anos, observa-se um judiciário ativista, que ultrapassa suas funções
constitucionais e atua de forma política, restringindo liberdades, perseguindo
opositores e aplicando censura. Esse comportamento encontra no atual governo
apoio tácito, uma vez que a narrativa é semelhante à dos regimes autoritários
com os quais o Brasil busca se alinhar: concentrar poder, controlar discursos e
relativizar garantias fundamentais.
4. Omissão no Combate ao Terrorismo e Narcotráfico
Outro reflexo grave dessa postura é a falta de firmeza em declarar organizações criminosas como grupos terroristas. Facções brasileiras, que hoje têm atuação internacional, não são tratadas com a devida gravidade, enquanto países vizinhos e parceiros estratégicos dos EUA reforçam sua cooperação no combate ao crime organizado.
Essa omissão:
·
Enfraquece a posição do Brasil no combate global
ao terrorismo e narcotráfico.
·
Passa a imagem de um país leniente com o crime
organizado, justamente em uma região marcada pelo crescimento de cartéis e
facções transnacionais.
·
Afasta o Brasil da cooperação efetiva com os EUA
e outras democracias que têm investido pesado nessa luta.
5. As Consequências para o Brasil
As escolhas de Lula têm repercussões de longo prazo, mas também efeitos imediatos de curto prazo, principalmente nas relações com os Estados Unidos:
·
Lei
Magnitsky: cidadãos, políticos e empresários brasileiros podem ser alvo de
sanções pessoais impostas pelos EUA, incluindo congelamento de ativos e
restrições de visto, caso sejam interpretados como cúmplices de corrupção ou
violações de direitos humanos.
·
Seção 301
do Trade Act: usada pelos EUA para retaliar práticas consideradas desleais
ou hostis ao comércio internacional, podendo resultar em tarifas, barreiras
comerciais e restrições ao acesso de produtos brasileiros ao mercado
norte-americano.
·
Isolamento
diplomático: o Brasil perde espaço nas discussões multilaterais e pode ver
sua participação em fóruns internacionais esvaziada.
·
Risco
econômico: investidores estrangeiros, atentos às sanções e ao afastamento
dos EUA, passam a ver o Brasil como um país de risco, aumentando a fuga de
capitais e a desvalorização cambial.
·
Erosão
interna da democracia: o exemplo de aproximação com regimes autoritários
reforça práticas semelhantes dentro do país, corroendo a confiança nas
instituições nacionais.
Conclusão
A diplomacia de Lula não pode ser reduzida a “pragmatismo”. Quando se abraça e legitima ditadores, quando se omite diante do terrorismo e do narcotráfico, e quando se relativizam princípios democráticos no plano interno, o que se vê é uma escolha consciente de alinhamento.
Essa escolha tem custos concretos e imediatos: expõe o Brasil a sanções, fragiliza sua posição internacional, afasta investidores, compromete sua relação com os EUA e abre espaço para práticas autoritárias dentro do país.
Se o Brasil
deseja ser protagonista global, precisa se colocar ao lado da liberdade, da
democracia e da cooperação no combate ao terrorismo e ao crime organizado. Do
contrário, corre o risco de se isolar e pagar um preço alto por alianças que
não trazem estabilidade, mas sim destruição.
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