A recompensa de 50 milhões de dólares oferecida pelos Estados Unidos por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, atual ditador da Venezuela, não é mero gesto simbólico nem retórica de guerra fria tardia. Trata-se de uma ação concreta, baseada em fatos irrefutáveis, que posiciona Maduro no mesmo patamar de inimigos históricos da segurança global como Saddam Hussein e Osama bin Laden.
Maduro não é acusado, ele é responsabilizado com base em provas de liderar o Cartel de Los Soles, organização narcotraficante que opera a partir do Estado venezuelano, usando a infraestrutura pública, as Forças Armadas e os órgãos de inteligência para enviar toneladas de cocaína aos Estados Unidos e outras partes do mundo. Não é uma narrativa construída para fins diplomáticos. É realidade documentada, com confissões de ex-ministros, dossiês de agências internacionais e investigações federais americanas.
Assim como Bin Laden foi o rosto do terrorismo islâmico e Saddam o símbolo da tirania no Oriente Médio, Maduro é hoje a personificação do crime organizado travestido de governo. Seu regime ultrapassou há muito o campo da incompetência ou da má gestão: ele se transformou em um Estado-facção, onde o poder serve aos interesses do narcotráfico e da repressão política.
Ao oferecer recompensa milionária, os EUA não apenas reiteram sua disposição de capturá-lo, como estabelecem que Maduro não é mais apenas um chefe de Estado ilegítimo, é um criminoso internacional. E como tal, será tratado.
É preciso desfazer uma armadilha conceitual frequentemente usada para relativizar essa situação: a de que se trata de uma questão “política”. Não é. Quando um governo se utiliza das instituições do Estado para traficar drogas em escala industrial, violar direitos humanos sistematicamente, manter presos políticos, reprimir a imprensa e promover a fome, não estamos mais falando de ideologia, mas de criminalidade em sua forma mais perversa e ampla.
A diferença entre Maduro e os nomes que o precederam na mira americana está na conjuntura. Saddam foi capturado após uma invasão. Bin Laden, eliminado em uma operação militar em território paquistanês. Maduro, por sua vez, ainda conta com o apoio estratégico de Rússia, China, Irã e Cuba. Seu regime, embora isolado de grande parte do Ocidente, ainda desfruta de legitimidade formal em organismos internacionais, o que dificulta soluções mais drásticas, ao menos por ora.
Contudo, o cerco aperta. O anúncio da recompensa não é ponto de partida, é ponto de culminância. Uma escalada iniciada com sanções, congelamento de bens, bloqueios diplomáticos e denúncias formais. A recompensa é o estágio final de uma doutrina clara: não se negocia com narcotraficantes no poder. Captura-se. Julga-se. Paga-se o preço da justiça.
Enquanto setores da esquerda latino-americana tentam pintar Maduro como vítima do imperialismo, o mundo observa o avanço de um processo que, cedo ou tarde, poderá ter o mesmo fim de outros nomes que também desafiaram a ordem internacional e pensaram estar acima da lei.
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