Em meio à crescente tensão global, marcada por alianças ideológicas e disputas de influência, é preciso compreender a lógica por trás das ações dos Estados Unidos contra países alinhados a regimes como os da China, Rússia, Irã e outros atores considerados hostis ao Ocidente. Longe de ser apenas uma demonstração de poder imperialista, como tentam pintar os discursos de esquerda, trata-se, antes de tudo, de uma resposta estratégica de autodefesa diante de ameaças reais e persistentes ao seu território, povo e estilo de vida.
Os Estados Unidos, enquanto potência liberal-democrática, sempre foram retratados como o "diabo capitalista" por regimes comunistas e totalitários. Desde a Guerra Fria, a ideologia marxista vê no modo de vida americano um inimigo existencial, a ser combatido e eliminado. Essa animosidade nunca cessou, apenas mudou de tática: onde antes havia tanques e mísseis, hoje há propaganda, guerra de informação, infiltração econômica e alianças silenciosas que minam a influência americana e fortalecem blocos autoritários.
É nesse contexto que se insere a postura norte-americana diante de países como Venezuela e, mais recentemente, o atual governo do Brasil. Ambos, sob gestões de viés ideológico simpático aos regimes de Pequim e Moscou, demonstram também tolerância — ou até apoio — a governos e organizações reconhecidamente hostis ao Ocidente, como Palestina e Irã. Mas no caso brasileiro, há um agravante que desperta atenção internacional: as reiteradas violações ao Estado de Direito e à liberdade de expressão perpetradas por instituições que deveriam protegê-los, em especial o Supremo Tribunal Federal, na figura de Alexandre de Moraes.
Além de atacar liberdades fundamentais, Moraes vem extrapolando seus poderes ao ponto de atingir diretamente a soberania de outros países, em especial os Estados Unidos. Isso ocorre quando ignora os canais legais e diplomáticos estabelecidos, como o Acordo de Cooperação Jurídica entre os dois países, para impor medidas judiciais extraterritoriais, censurar cidadãos hospedados em plataformas americanas e até ameaçar diretamente empresas com sede nos EUA. Essa conduta não apenas viola princípios básicos do direito internacional, como também configura um ato de afronta direta à soberania jurídica americana.
Mas talvez o aspecto mais grave dessa escalada autoritária seja a forma como cidadãos brasileiros vêm sendo tratados por seu próprio Estado. Multiplicam-se os relatos de brasileiros que, sem qualquer histórico criminal ou envolvimento direto em atos de violência, foram submetidos a prisões preventivas indefinidas, bloqueio de bens, censura prévia, devassas pessoais e até a perda da guarda dos próprios filhos. Tudo isso com base em suposições políticas ou participação em manifestações contrárias ao atual regime de esquerda. As penas aplicadas são flagrantemente desproporcionais, muitas vezes piores do que aquelas reservadas a criminosos comuns, e têm como único propósito intimidar, reprimir e silenciar qualquer dissidência.
A lógica estratégica por trás da resposta americana é clara: conter o avanço do inimigo ideológico dentro de sua própria vizinhança. Assim como os EUA se opuseram frontalmente à instalação de mísseis soviéticos em Cuba nos anos 60, episódio que quase levou o mundo à guerra nuclear, hoje agem para impedir que a América Latina se transforme em uma extensão das agendas chinesa, russa ou islâmica radical. Não se trata de dominar, mas de evitar ser dominado. A segurança nacional dos Estados Unidos começa além de suas fronteiras, e isso é parte central de sua doutrina de defesa desde sempre.
O Brasil atual, ao somar a submissão diplomática a regimes autoritários com um cerco interno à liberdade, perseguições políticas e agressões à soberania alheia, envia sinais extremamente perigosos ao mundo livre. Em um cenário internacional cada vez mais polarizado, não há espaço para dubiedade moral. Há posicionamentos, e todos eles têm consequências.
Os Estados
Unidos, portanto, não estão agindo por capricho ou arrogância, mas por
pragmatismo. Defender seus valores, sua democracia e sua soberania passa,
inevitavelmente, por reagir a ameaças antes que se tornem irreversíveis. E,
neste momento, parte dessas ameaças, lamentavelmente, veste toga, distorce a
Constituição e impõe o medo sob o pretexto da legalidade.
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